No dia 23 de maio, iniciamos o nosso festival Repara em Valongo, que teve a duração de três dias. Foram montadas oito barracas ao longo do Largo do Centenário no centro da cidade para os dois primeiros dias, e contámos com a participação de várias escolas.
Cada barraca tinha como propósito partilhar as suas habilidades com o público, na esperança de enfatizar a importância do termo “upcycling”.
Na quinta e sexta-feira, os serviços oferecidos ao público foram variados, e a primeira barraca, pertencente à Escola Profissional de Turismo de Valongo, promoveu várias visitas guiadas da cidade ao longo do dia e disponibilizou estagiários para fornecerem informações sobre o programa do festival.
O segundo stand, com a participação do centro social de Ermesinde, consistia de um grupo de voluntários que procuravam fazer uma reutilização criativa de mobílias antigas, transformar pequenos artigos em brinquedos ou utensílios para o dia-a-dia, e renovar uma caravana que iria para a sucata.
Um exemplo do trabalho exposto na barraca era uma cadeira que originalmente ia para o lixo e que foi encontrada numa estrada, mas que foi lixada, pintada e estofada para poder ser reutilizada.
Construíram vários jogos, tais como uma mesa de matraquilhos, proveniente de uma caixa transportadora de fruta, um jogo do galo feito de tampas de plástico, e dominós que originalmente eram paus de gelados. Juntamente com a mobília alterada, os voluntários expuseram uma caravana que planeavam arranjar futuramente. Havia três propostas possíveis para a remodelação da caravana, nas quais o público podia votar: uma autocaravana, um workshop, ou uma caravana para tours pela cidade.
Ademais, no segundo dia do festival, duas mulheres que costumam voluntariar o seu tempo ao centro, participaram numa das atividades do stand para ensinar à comunidade de Valongo como coser e arranjar peças de vestuário. Alguns programas de apoio ainda se encontravam disponíveis, um deles sendo um sistema que permitia pessoas alugarem ferramentas pelo custo de um euro por peça.
A terceira barraca era ocupada pela Escola Secundária de Valongo, representada pelos seus cursos profissionais de Culinária e de Restauração. Os alunos explicavam as suas competências adquiridas ao longo dos programas em que estudavam, tal como breves comentários sobre a comida que traziam consigo. Existia uma grande variedade de comida para experimentar, no entanto, os sumos eram o foco do público, pois eram feitos com ingredientes tais como casca de laranja, cebola roxa e gengibre. O objetivo do stand era educar a comunidade sobre o desperdício e consumo de comida, mostrando às pessoas que era possível incorporar “restos” de comida na nossa dieta.
Os três últimos stands eram compostos por escolas que contavam com cursos como técnico de Gestão e Programação, Sistemas Informáticos e Instalação de Gestão de Redes. Os alunos das escolas, que se encontravam em Campo, Valongo, disponibilizaram a sua ajuda com equipamentos eletrónicos antigos. Ensinavam como reutilizar aparelhos eletrónicos antigos para construir e reconstruir computadores de mesa. Para além dos cursos disponíveis, ainda apresentaram um novo, que irá começar no próximo ano letivo: o Curso Profissional de Gestão de Redes, que incluirá uma variedade mais completa de competências para os alunos.
Na barraca encontrava-se uma impressora 3D para efeitos de demonstração, e também vários robôs, um dos quais tinha o formato de um cão que ladrava e andava, outro sendo um drone. Era ainda um trabalho em progresso, mas os alunos quiseram exemplificar o seu trabalho feito ao longo do curso, usando o drone para tal. As escolas de Alfena exploraram os seus cursos técnicos e equipamentos informáticos com o público e ofereceram-se para reparar qualquer equipamento eletrónico que lhes fosse apresentado.
Ao longo dos dois primeiros dias do festival, convidamos cinco oradores que falaram no auditório da Junta de Freguesia de Valongo durante a tarde, sobre variados temas.
Na quinta-feira, Hélder Filipe, do grupo LIPOR e Projeto CREW, apresentou o seu trabalho intitulado “O que os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos podem fazer pela comunidade”, e Telmo Machado, também do grupo LIPOR e do grupo “Young Professionals”, explicou a importância de profissionais jovens na sua sessão “O FUTURO DO TRABALHO; o papel dos jovens profissionais na sociedade e nos resíduos”.
Na sexta-feira, decorreram as últimas sessões: Sérgio Garcia, do Centro Social de Ermesinde, Raquel Gaspar e Prof. Ana Clara Madeira, ambas da FEUP- Faculdade de Engenharia do Porto.
Sérgio Garcia arrancou o programa da tarde com o tema “Economia Circular: porquê no Centro Social de Ermesinde”. A última apresentação foi organizada em formato de discussão sobre como é que as escolas deviam trabalhar para se tornarem mais sustentáveis, discursado pela Raquel Gaspar e Prof. Ana Carla Madeira.
No último dia do Festival, 25 de maio, organizamos o segundo evento “Plogging”, no Corredor Ecológico da Serra de Valongo. No espaço de duas horas, apanhamos lixo que se encontrava no chão ao longo do caminho, encontrando objetos de todo o tipo, tais como brinquedos de plásticos e o plástico de rebuçados.
O Festival Repara em Valongo foi um evento extremamente bem-sucedido. No total, estiveram presentes 136 voluntários responsáveis pelas barracas, 124 participantes nos seminários, sendo que todos os que participaram no evento aprenderam algo de novo.
Pessoas de todas as idades foram convidadas a aprender uma habilidade nova ou a conversar com os alunos sobre os seus cursos e sobre como usarem os seus aparelhos eletrónicos ou mobília de forma mais sustentável.
O objetivo primário do Festival Repara em Valongo foi divulgar ideias e sugestões sobre como nos podemos adaptar a um modo de vida mais eco sustentável. A consciencialização dos problemas relacionados com assuntos como as alterações climáticas foi muito importante para demonstrar que ainda podemos mudar aspetos da nossa vida para ajudar o nosso planeta, e que não é tarde demais para agirmos.